Opositora Victoire Ingabire detida no Ruanda

Victoire Ingabire, figura da oposição ruandesa e crítica do Presidente, Paul Kagame, que governa o país há mais de 30 anos, foi detida, anunciou hoje o Gabinete de Investigação do Ruanda (RIB, em inglês).

Victoire Ingabire

© GUILLEM SARTORIO/AFP via Getty Images

Lusa
20/06/2025 13:44 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Victoire Ingabire

A detenção seguiu-se à comparência de Victoire, no dia anterior, em Kigali, no julgamento de nove pessoas acusadas de fazer circular um livro de um escritor sérvio que descreve métodos pacíficos de resistência ao autoritarismo.

 

Ingabire, presidente do partido não reconhecido pelas autoridades, Desenvolvimento e Liberdade para Todos (ou Dalfa-Umurinzi, o sucessor do antigo partido Forças Democráticas Unidas (FDU), que também está proibido de se registar), é acusada de "associação criminosa e incitamento público à oposição ao Governo", segundo o RIB.

O RIB informou que foi aberta uma investigação contra Victoire "como medida para aplicar a decisão do Supremo Tribunal no julgamento em curso de Sylvain Sibomana (ex-secretário-geral da FDU) e os seus colegas, para que ela também possa ser julgada". Não foram fornecidos mais detalhes.

Na audiência de quinta-feira, Ingabire, de 56 anos, contestou as acusações de que é alvo. Embora tenha indicado que conhecia alguns dos arguidos no julgamento de Sibomana, sublinhou que o julgamento estava a tentar vincular eventos não relacionados.

Victoire já havia sido detida, em 2010, por ter afirmado que era necessário recordar não só as vítimas do genocídio tutsi, mas também as vítimas hutu, se se quisesse alcançar uma verdadeira reconciliação no Ruanda.

Condenada a 15 anos de prisão, foi-lhe concedido um perdão presidencial após oito anos de prisão, embora permanecesse proibida de se candidatar a eleições. Em março de 2024, perdeu o recurso para levantar a proibição e participar nas eleições presidenciais.

Em julho de 2024, as eleições elegeram Kagame, de 67 anos, no poder desde que derrubou o Governo extremista hutu em julho de 1994, que instigou o genocídio que causou mais de 800 mil mortos, segundo a ONU, principalmente entre a minoria tutsi.

Leia Também: RDCongo. Kinshasa e Kigali aprovam acordo de paz a assinar em Washington

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