O Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio disse hoje que o atentado suicida contra uma igreja em Damasco tinha como objetivo "minar a coexistência nacional", enquanto o patriarcado ortodoxo apelou às autoridades para que assumam "toda a responsabilidade".
A Síria considera que "este ato criminoso contra os fiéis cristãos é uma tentativa desesperada de minar a coexistência nacional e desestabilizar o país", afirmou a diplomacia do país, atualmente liderado por um governo de transição.
Pelo menos 22 pessoas morreram hoje num ataque suicida contra uma igreja em Damasco, segundo o último balanço das autoridades sírias que atribuíram o atentado a um membro do grupo 'jihadista' Estado Islâmico. O anterior balanço apontava para 20 mortos e 52 feridos.
Trata-se do primeiro atentado deste tipo na capital da Síria desde que uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS) derrubou o regime do antigo presidente Bashar al-Assad, em 08 de dezembro. Desde então, a segurança continua a ser um dos maiores desafios para as novas autoridades sírias.
Numa publicação na rede social Facebook, o patriarcado ortodoxo de Damasco reagiu aos acontecimentos, condenando o ataque e instando as novas autoridades sírias a "assumirem a total responsabilidade pelo que aconteceu e continua a acontecer em relação à inviolabilidade das igrejas e à proteção de todos os cidadãos" do país.
Também o enviado dos Estados Unidos (EUA) para a Síria condenou o ataque, garantindo que os norte-americanos continuarão a apoiar o governo sírio.
"Estes terríveis atos de cobardia não têm lugar na nova sociedade de tolerância e inclusão que os sírios estão a construir", escreveu Tom Barrack, que é também embaixador dos EUA na Turquia, numa publicação na rede social X, acrescentando que Washington continua "a apoiar o governo sírio na sua luta contra aqueles que procuram criar instabilidade e medo no país e em toda a região".
Estas condenações juntam-se às já feitas pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, que classificou o atentado terrorista como "desprezível", bem como à reação do enviado da ONU para a Síria que se manifestou "indignado", apelando a uma investigação exaustiva por parte das autoridades sírias.
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