A comunicação é essencial em situações do desconhecido, como foi na pandemia da covid-19, mas no apagão de segunda-feira este acesso à informação ficou impossível durante muitas horas, causando situações de falta de controlo do dia-a-dia e de alteração da rotina, explicou Alexandra Antunes em declarações à Lusa.
"Toda esta incerteza e a desorganização da vida diária tem impacto essencialmente ao nível de ansiedade", afirmou, ressalvando que o impacto é diferente consoante as faixas etárias e sempre maior em pessoas em situações de maior vulnerabilidade ou fragilidade, como os idosos, e nos doentes.
Na sua opinião, as pessoas mais isoladas e idosas foram as que acabaram por ter um maior sofrimento e aumento dos níveis de ansiedade devido ao apagão que na segunda-feira, desde as 11:30, afetou Portugal e Espanha, e cuja causa continua sem explicação por parte das autoridades.
"Alguém mais isolado, que perde contacto com a família, e durante horas não tem luz nem comunicações, obviamente que tem impacto ao nível do stress e, consequentemente, aumento dos níveis de ansiedade", disse.
A corrida à compra de rádios a pilhas explica como o acesso à informação é essencial para minimizar o impacto do desconhecido, mas essa informação esteve ausente muitas horas, reforçou.
Mas o apagão motivou não só más experiências mas também boas, destacando Alexandra Antunes a forma positiva como muitos aproveitaram o corte de eletricidade e a falta de comunicações para sair mais de casa, ir à praia, falar com vizinhos, ou fazer um jantar diferente.
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