A campanha da CDU arrancou hoje de manhã em Moscavide, no concelho de Loures, numa arruada onde o secretário-geral do PCP distribuiu o "documentozinho" (como chama aos panfletos e material de propaganda) e admitiu mais experiência nestas lides, distribuindo beijinhos e apertos de mão e recebendo de volta vários votos de confiança.
Entre o trajeto, houve tempo para pegar no telemóvel de uma mulher, para deixar um abraço ao seu marido, Luís, do outro lado da linha, e garantir, como o tem feito ao longo da campanha, que "força não falta".
Aos jornalistas, diria depois que, além de um ano mais velho e de "talvez menos cabelo", está com "mais traquejo e mais à vontade" do que nas legislativas de 2024.
"Acho que é normal que assim seja", disse, acreditando que as pessoas estão mais recetivas à mensagem dos comunistas e da sua insistência nos salários, saúde, habitação e reformas.
Ainda em Moscavide, reafirmou a confiança de que a CDU irá crescer nas eleições de 18 de maio, referindo que não vira a cara "a nenhum debate" e que pode andar "de rosto erguido na rua", algo que duvida que "todos possam fazer".
Por Moscavide, recebeu ainda o voto de Mariana, de 40 anos, que dizia aos jornalistas que o secretário-geral tinha "a aparência de quem governa bem".
"Vou votar em si e os ciganos vão votar todos em si", vincou, para logo a seguir ouvir Paulo Raimundo pedir para não fazer promessas "que não pode cumprir".
Depois de um contacto sobretudo com reformados em Moscavide, o secretário-geral do PCP rumou à Cantina Velha da Universidade de Lisboa, onde surgiram vários pedidos de 'selfies'.
"Meu deus. O meu pai é fã", admitia uma jovem depois de uma fotografia.
Já de tabuleiro na mão, Raimundo teve ainda tempo de tirar uma fotografia com Ana Cristina Teixeira, auxiliar naquela cantina, que até pediu um 'pin' da CDU à comitiva, para estar "bonita".
"Se tivesse ido lá acima à [cantina da] macrobiótica, dava-lhe um arroz doce que está daqui! E dava-lhe uns crepezinhos chineses dos nossos que são muito bons", disse a mulher de 56 anos, que admitia gostar muito de ouvir o secretário-geral do PCP falar.
Por fim, Raimundo lá se dirigiu à mesa para comer, recebendo antes uma salva de palmas de parte dos estudantes que se encontravam na cantina.
Já almoçado, recebeu das mãos da Juventude CDU um apoio de mais de dois mil jovens na coligação, quando lhes tinha pedido o dobro das 800 assinaturas que tinha recebido a 03 de maio, na Voz do Operário.
Aos jornalistas, afirmou que tinha a "certeza absoluta" que a recetividade dos jovens que tem encontrado na campanha terá "expressão do ponto de vista eleitoral".
"As reações [dos jovens] têm sido a que os senhores têm acompanhado. Foi assim na Escola António Arroio e foi assim hoje. Este ambiente até me deixa um bocadinho embrulhado", disse.
Recusando dificuldade em captar o eleitorado jovem, Paulo Raimundo afirmou que "estas coisas não se programam, não se organizam, não se montam".
"Ou há recetividade e bom espírito ou não há. E nós temos tido essa recetividade e esse bom espírito", disse, acreditando que a intervenção da CDU está a dar frutos, ainda que possam não ser imediatos, que "a verdade leva mais tempo a impor-se".
Na Cantina Velha, Paulo Raimundo reafirmou o compromisso da CDU com o fim das propinas, mais investimento no ensino superior e na ação social e uma aposta na investigação, para aproveitar "o conhecimento e a criatividade" dos alunos.
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