Num jantar comício em Leiria, um dos mais participados desde o início da campanha eleitoral, Rui Rocha afirmou que, olhando para o que foi a governação da AD, em particular as suas "últimas semanas" e as "decisões que foram tomadas na questão que trouxe [o país] a eleições" -- numa alusão à Spinumviva --, "há muitos portugueses que ficaram desiludidos com a AD".
"Há muitos portugueses que depositaram a sua confiança na AD e o que é que aconteceu? O espírito reformista nunca apareceu, foi mais do mesmo. Foi mais do que isso: no momento decisivo, a decisão foi levar o país para eleições, frustrando a confiança que os portugueses tinham dado à AD numa solução que queriam que fosse de continuidade", disse.
Perante mais de uma centena de membros da IL, Rui Rocha disse que é preciso dizer a esses "desiludidos com a AD", que "queriam reformas, que esperavam que a AD estivesse à altura das responsabilidades", que há um partido que merece a sua confiança nestas eleições, referindo-se à IL.
"Um partido que é responsável, que aposta na estabilidade, mas, mais do que isso, que traz o espírito reformista que faltou à AD nesta legislatura. É por isso que, desta vez, é liberal", afirmou, perante o aplauso dos membros.
Reiterando que a IL decidiu apresentar-se a estas eleições sozinha "porque não podia ser de outra maneira", Rui Rocha procurou demarcar-se dos dois maiores partidos, afirmando que, nas últimas décadas, "o PS e o PSD, em vez de olharem para o futuro, em vez de olharem mais alto, estiveram sempre a olhar um para o outro".
"Comparam-se entre si, não aspiram a mais, querem ser um bocadinho diferentes entre si. E o nosso desafio não é esse. Nós não queremos ser um PSD ou um bocadinho mais do que o PSD. Nós queremos muito mais do que isso", frisou.
Abordando as críticas de que a IL é radical ou quer "coisas perigosas para o país", Rui Rocha disse que o partido quer trazer para Portugal "as medidas que funcionam na Europa".
"Porque nós somos capazes de fazer tão bem como na Europa. (...) Sim, nós queremos trazer para Portugal as políticas que levaram a Holanda, a Alemanha, a Estónia, ao desenvolvimento económico. Sem essas políticas, nós não teremos desenvolvimento económico", antecipou.
Num distrito onde se encontra o pinhal de Leiria -- cuja madeira dos pinheiros foi utilizado para a construção das caravelas utilizadas nos Descobrimentos --, Rui Rocha disse que, sem esse pinhal, "não teria sido possível a expansão portuguesa".
"E essas políticas que nós queremos trazer, testadas, que levaram vários países ao sucesso e à prosperidade, são uma espécie de pinhal de Leiria que nós queremos trazer para Portugal. São as condições para fazermos o resto", referiu.
Pedindo que se faça "muito melhor do que a Europa", Rui Rocha defendeu que Portugal não deve olhar apenas para o continente onde se encontra, mas "aspirar a mais, mais alto".
"É mesmo esse o desafio que eu vos quero deixar: o desafio de liderarmos na inovação, no crescimento, nas oportunidades, de desejarmos para nós próprios o melhor que se pode desejar, porque nós amamos o nosso país", afirmou.
[Notícia atualizada às 22h24]
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