"Uma Ucrânia forte é a melhor forma de garantir uma paz justa e duradoura", disse Mark Rutte, durante uma cerimónia, na sede da NATO, em Bruxelas, para comemorar o 70.º aniversário da Alemanha como membro da Aliança.
Rutte sublinhou que a Alemanha é atualmente "uma potência líder na Europa e uma força motriz na NATO, dando contributos muito importantes para a segurança partilhada" e lembrou que é o país-membro que mais ajuda militar tem prestado à Ucrânia, além de estar a investir 2% do produto interno bruto (PIB) na defesa.
Por seu lado, Steinmeier argumentou que "uma Alemanha mal armada é uma ameaça maior para a Europa do que uma Alemanha fortemente armada" e explicou que a tarefa "mais importante" do novo Governo alemão é fortalecer as Forças Armadas.
"Precisamos de um Exército forte não para travar uma guerra, mas para a prevenir", disse o Presidente alemão, salientando que a Europa vive uma era que "não parece promissora, neste momento".
"Há dúvidas em ambos os lados do Atlântico. Muitos americanos perguntam-se: o que nos espera do lado de lá? Porque é que a Europa não consegue finalmente desenrascar-se sozinha? E muitos europeus interrogam-se: o que aconteceu ao nosso maior aliado? Por que não estamos a ser tratados como aliados?", disse Steinmeier.
O Presidente alemão acrescentou que, olhando para o mundo de hoje, estamos a assistir "ao fim do longo século XX" e "estão a ocorrer mudanças marcantes, tanto no Oriente como no Ocidente".
"Tudo o que aprendemos neste longo século XX parece estar hoje em causa. Desde as ruínas de duas guerras mundiais, passando pela Guerra Fria, à construção de uma Europa unida e à nossa esperança no domínio duradouro da ordem internacional liberal", disse o líder alemão.
"Este caminho trouxe o meu país para o que é hoje. Trouxe-nos paz e prosperidade. Definiu tudo aquilo em que acreditamos. No entanto, cada lição que aprendemos com esta viagem está agora a ser posta em dúvida, a ser desafiada ou atacada", referiu.
O Presidente alemão considerou que a decisão de admitir a Alemanha na NATO, há sete décadas, foi uma iniciativa de "extraordinária previsão estratégica".
"Só posso desejar a nós próprios e aos nossos líderes um grau semelhante de sabedoria estratégica hoje, pois o caminho a partir de agora parece ainda mais incerto do que naquela altura", comentou o líder alemão.
Steinmeier admitiu ainda que, durante muito tempo, a Alemanha não investiu tanto na própria defesa porque os tempos "eram diferentes", até porque uma nova guerra na Europa parecia pouco provável.
"Mas a situação mudou. [O Presidente russo, Vladimir] Putin trouxe a guerra de volta a este continente. Arruinou a ordem de segurança da Europa", concluiu.
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