Ucrânia: EUA aprovam venda a Kyiv de peças para caças F-16

O Departamento de Estado norte-americano anunciou hoje que aprovou a venda à Ucrânia de peças e equipamento de treino para aviões de combate F-16, além de formação, no valor de 310,5 milhões de dólares (275 milhões de euros).

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© JOHN THYS/AFP via Getty Images

Lusa
02/05/2025 23:29 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Em comunicado, a diplomacia norte-americana indica que notificou o Congresso sobre a venda, que inclui "formação para pessoal relacionado com a operação e manutenção" de aeronaves F-16, peças sobressalentes e equipamentos de assistência em terra e outros.

 

A transação, adianta, garantirá o treino de pilotos e "aumentará a interoperabilidade" das forças armadas ucranianas com as dos Estados Unidos, refere o Departamento de Estado.

A Ucrânia recebeu dos seus aliados ocidentais em agosto de 2024, após dois anos de pressão, os seus primeiros F-16 de fabrico norte-americano.

Em meados de abril, pela segunda vez um piloto ucraniano de F-16 foi morto em combate.

A Ucrânia recebeu mais F-16 em março, segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky.

Em paralelo decorrem negociações diplomáticas, com mediação de Washington, para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia, desencadeado pela Rússia há mais de três anos.

Washington forneceu à Ucrânia ajuda militar no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares, durante a presidência do democrata Joe Biden (2021-2025), depois de a Rússia ter invadido o país em fevereiro de 2022.  

A Administração de Donald Trump inverteu a política e aproximou-se da Rússia, chegando mesmo a suspender a partilha de informações com Kyiv, coagindo o país a aceitar termos para um acordo negociado com Moscovo.  

Após semanas de negociações bilaterais sobre o acesso aos recursos naturais ucranianos, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou na quarta-feira a assinatura de um acordo que cria um "fundo de investimento para a reconstrução" da Ucrânia.  

O acordo firmado diz respeito à extração de minerais, petróleo e gás na Ucrânia, aos quais as empresas norte-americanas terão acesso.

Segundo a AP, os EUA pretendem aceder a mais de 20 matérias-primas da Ucrânia consideradas estrategicamente críticas para os seus interesses, incluindo o titânio, utilizado no fabrico de asas de aeronaves e outras indústrias aeroespaciais, e o urânio, que é utilizado na energia nuclear, equipamento médico e armas.  

Uma versão anterior do texto devia ter sido assinada durante a visita do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, no final de fevereiro, mas a altercação sem precedentes com Trump em direto da Sala Oval precipitou a partida sem assinar o acordo.

Um responsável com conhecimento do processo disse ao jornal New York Times que o documento final não inclui garantias explícitas de futura assistência militar ou de segurança à Ucrânia.

Uma outra fonte, que também pediu ao jornal para não ser identificada, disse que essa reivindicação, feita por Kiev no início das negociações, foi rapidamente rejeitada pelos Estados Unidos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou na quinta-feira o acordo "verdadeiramente justo" com Washington sobre a exploração dos recursos minerais da Ucrânia.

"O acordo mudou significativamente durante o processo de preparação. Agora é um acordo verdadeiramente justo que cria oportunidades para investimentos significativos na Ucrânia", afirmou Zelensky.

Nas mesmas declarações, Zelensky sublinhou que o documento não prevê a dívida inicial da Ucrânia aos Estados Unidos, como o Presidente norte-americano Donald Trump pretendia inicialmente, e visa criar um fundo "para investir na Ucrânia e ganhar dinheiro aqui".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

Leia Também: MNE ucraniano insiste que Kyiv não cede em "linhas vermelhas" com Rússia

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