AfD extremista? Vance junta-se a Rubio e Musk nas críticas à Alemanha

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, juntou-se hoje a Marco Rubio e Elon Musk nas críticas à Alemanha, após a designação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista pelos serviços secretos alemães.

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© Kevin Lamarque-Pool/Getty Images

Lusa
03/05/2025 00:08 ‧ ontem por Lusa

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Alemanha

Washington, 02 mai 2025 (Lusa) -- O vice-Presidente dos Estados Unidos, JD Vance, juntou-se hoje a Marco Rubio e Elon Musk nas críticas à Alemanha, após a designação do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) como extremista pelos serviços secretos alemães.

 

"A AfD é o partido mais popular na Alemanha e, de longe, o mais representativo da Alemanha de Leste. Agora, os burocratas estão a tentar destruí-la", publicou Vance na rede social X.

"O Ocidente derrubou em conjunto o Muro de Berlim. Foi reconstruído, não pelos soviéticos ou russos, mas pelas autoridades alemãs", adiantou.

O Gabinete Federal para a Proteção da Constituição (BfV), a agência de informação do Ministério do Interior alemão, advertiu hoje num comunicado que o objetivo da AfD é "excluir certos grupos da população de uma participação social igualitária".

A classificação como organização extremista deverá permitir pelo menos que a AfD seja colocada sob forte vigilância.

Após a designação da AfD como extremista, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, recorreu às redes sociais para acusar a Alemanha de "tirania disfarçada".

"A Alemanha acaba de dar à sua agência de espionagem novos poderes para controlar a oposição. Isto não é democracia, é tirania disfarçada", escreveu Rubio no X, apelando às autoridades alemãs para "inverterem o rumo".

"O que é realmente extremista não é a popular AfD - que ficou em segundo lugar nas últimas eleições - mas sim as políticas de imigração de fronteiras abertas das autoridades, às quais a AfD se opõe", disse o chefe da diplomacia da Administração de Donald Trump.

Na resposta, na rede social X e diretamente para Rubio, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão afirmou que "isto é democracia" e que a decisão hoje conhecida é o resultado de uma investigação "completa e independente para proteger a Constituição e o Estado de Direito" alemães.

"Serão os tribunais independentes que terão a palavra final", afirmou o Ministério.

"Aprendemos com a nossa história que o extremismo de direita tem de ser travado", adiantou a mesma fonte.

Esta não é a primeira vez que a administração Trump interfere na política alemã.

Em meados de fevereiro, JD Vance consternou os alemães e, de uma forma mais geral, os europeus, afirmando num discurso em Munique que a liberdade de expressão estava a "recuar" na Europa, visando em particular a Alemanha.

Na altura, denunciou a ostracização da AfD e apelou ao fim do "cordão sanitário" em torno do partido, tendo falado com a co-líder do partido, Alice Weidel.

Também hoje, o bilionário norte-americano Elon Musk, membro da Administração de Donald Trump, defendeu que uma eventual proibição do partido "centrista" AfD seria "um ataque extremo à democracia".

No período que antecedeu as eleições gerais de fevereiro na Alemanha, Musk já tinha manifestado publicamente o seu apoio ao partido de extrema-direita, que viria a ficar em segundo lugar na votação, atrás dos conservadores da CDU/CSU de Friedrich Merz.

Os co-líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, reagiram de imediato à decisão, que descreveram como um "golpe na democracia alemã" e consideraram ser "politicamente motivada".

O partido "continuará a defender-se legalmente contra estas difamações, que são perigosas para a democracia", afirmaram num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O chanceler cessante alemão, Olaf Scholz, pediu hoje que "não se apresse" a eventual proibição da AfD.

"Penso que é algo que não deve ser precipitado", disse Scholz no dia anual da Igreja Evangélica na Alemanha, na cidade de Hannover, na Baixa Saxónia.

Scholz disse que o Tribunal Constitucional já rejeitou todos os pedidos de proibição do partido de extrema-direita até à data, razão pela qual afirmou ser contra "tomar decisões precipitadas

Sobre a ascensão do partido nas eleições de fevereiro, Scholz manifestou-se preocupado por a AfD ter ficado em segundo, com 20,8% dos votos, à frente do SPD, a que pertence, que caiu de primeiro para terceiro, com 16,4%.

Leia Também: Berlim rebate defesa da AfD dizendo ser preciso travar extrema-direita

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