Como numerosos ministérios e agências federais, a NASA deve ter vários dos seus projetos emblemáticos cortados e o orçamento muito reduzido se a intenção de Donald Trump passar no Congresso.
O abandono progressivo do foguete SLS e da cápsula Orion, desenvolvidos para o programa lunar Artémis, estão entre as principais consequências.
Estes aparelhos, muito exigentes financeiramente e cujo desenvolvimento sofreu atrasos, devem ser abandonados depois da missão Artémis 3 - que deve enviar astronautas para a Lua pela primeira vez desde 1972 -- e substituídos pelos foguetes e sistemas de alunagem de empresas privadas, como a SpaceX de Elon Musk, o grande aliado de Trump.
A futura estação espacial lunar Gateway, desenvolvida pela NASA e outras agências espaciais internacionais para ser colocada em órbita em torno da Lua, deve ser pura e simplesmente abandonada.
O mesmo destino (abandono) é o do muito esperado transporte para a Terra de amostras de rochas apanhadas em Marte, que poderiam dar pistas sobre vidas antigas.
Estes abandonos foram apresentados pela Casa Branca como necessários para a NASA conseguir enviar antes da China astronautas à Lua e a Marte.
No total, o corte orçamental pretendido é de 24%, o que implica cortes relevantes nos estudos das ciências do espaço e da Terra, desde logo programas de vigilância por satélite usados para acompanhar a rutura climática.
Segundo a Planetary Society, uma organização que promove a exploração espacial, a intenção de Trump "é a mais importante redução anual do orçamento da NASA desde sempre". Estes cortes, antecipou em comunicado, "não vão tornar a agência mais eficaz, mas vão provocar o caos (...) e minar a liderança dos EUA no espaço",
O regresso de Trump à Casa Branca, acompanhado desta vez por Musk, com interesses empresariais na indústria espacial, faz recear alterações importantes no programa espacial dos EUA, bem como a ocorrência de conflitos de interesse, uma vez que o apontado como futuro diretor da NASA é próximo do empresário.
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