Se as eleições legislativas fossem hoje, a AD voltaria a vencer, desta vez com 25% dos votos, segundo dados de uma sondagem da ISCTE/ICS para o Expresso e a SIC. No entanto, mais de metade dos inquiridos considerou que o Governo tem feito um mau trabalho.
Segundo a sondagem, a AD, liderada por Luís Montenegro, soma 25% das intenções de voto nas eleições legislativas de 18 de maio, ao passo que o Partido Socialista (PS), de Pedro Nuno Santos, se fica pelos 20%. Segue-se o Chega com 14% e a Iniciativa Liberal (IL) com 4%.
A CDU reúne 3% dos votos da sondagem, sendo seguido pelo Livre (2%) e o Bloco de Esquerda (BE) (2%). O PAN surge em último com 1% das intenções de voto.
Do total de inquiridos, 51% considerou que o Executivo tem feito um "mau trabalho". Destes, 42% acham que é altura de mudar de Governo e apenas 9% considerou que ainda é cedo.
Apesar de 38% considerar que o Governo tem feito um bom trabalho, há ainda 11% que diz que está na altura de mudar. Os restantes 27% afirmam que se deve manter o Governo.
Mais de metade dos inquiridos (67%) também afirmaram que "Portugal tem estado a ir pelo caminho errado", enquanto 22% referiu que estava no caminho certo.
A crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 5 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real, o que fez com que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocasse novas eleições legislativas.
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