Cores da bandeira nacional são elemento comum em cartazes do PS e do Chega

O uso das cores da bandeira nacional é um elemento comum nos cartazes de campanha do PS e do Chega, enquanto os da AD apostam na ideia de continuidade, aponta a investigadora Célia Belim.

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Lusa
10/05/2025 08:01 ‧ há 6 horas por Lusa

Política

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"Pedro Nuno Santos apresenta-se numa versão muito nacionalista, com as cores da bandeira portuguesa, para mostrar esse espírito nacional", disse à Lusa Célia Belim, professora de Ciências da Comunicação no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa.

 

Neste ponto, a linha visual é semelhante à utilizada pelo Chega, afirmou.

Entre as rotundas do Saldanha e de Entrecampos, em Lisboa, embora com algumas semelhanças, cada partido reflete na imagem visual a respetiva estratégia política, com os cartazes políticos como "companheiros de viagem" que têm como objetivo tornar familiares os rostos dos líderes e candidatos.

Nos cartazes do PS, o foco está na agenda temática, com a saúde, habitação e cabaz alimentar em destaque. E com um pormenor: as cores da bandeira nacional - verde de um lado, vermelho do outro e letras amarelas. O rosto do secretário-geral, Pedro Nuno Santos, surge ao centro, numa postura de "afirmação do líder", diz Célia Belim.

E têm ainda outro pormenor, além da mensagem 'o futuro é já', o que remete para um novo início, há uma moldura branca nos cartazes, que ajuda a dar ênfase à mensagem: "Visualmente, ficamos retidos na imagem", afirma.

A apostar na quantidade de cartazes está o Chega, tal como tem feito nos últimos anos, sem esquecer os apontamentos das cores da bandeira nacional. A novidade é o`slogan´, que passou de 'limpar Portugal' para 'salvar Portugal' - sempre acompanhado pela fotografia de André Ventura.

"Um grito de ordem, em maiúsculas, que pode aludir ao salvador da pátria, uma figura não necessariamente positiva, porque tem conotação com Salazar", considerou Célia Belim.

Mas há várias frases que vão surgindo pelas ruas. 'Eles falham há 50 anos. Deem-me uma oportunidade', por exemplo, criando um distanciamento entre o Chega e o PS e PSD.

"Não realça os feitos, até porque o partido de André Ventura ainda não governou. Aposta numa lógica de denúncia daqueles que tiveram oportunidade", acrescentou a investigadora. De resto, os cartazes têm um caráter "simplista, com fundo branco, sem nunca esquecer a bandeira nacional", sublinhou.

Quem é parado pelos semáforos no Campo Pequeno, talvez não consiga escapar ao cartaz da AD (coligação PSD/CDS) colocado entre os dois sentidos. No cartaz surge destacado o rosto sorridente de Luís Montenegro e mensagens que visam capitalizar o que foi feito pelo Governo no último ano: 'Valorizámos 11 carreiras da função pública', lê-se num dos cartazes, que não foge à cor do PSD - laranja. E o slogan segue a mesma linha: 'Portugal não pode parar', pedindo aos eleitores uma continuidade.

A investigadora Célia Belim observa que apesar de a figura do líder do PSD também surgir nos cartazes, Luís Montenegro "aparece não de forma tão imponente quanto Pedro Nuno Santos".

A arriscar na estratégia visual está a Iniciativa Liberal, que na rotunda do Saldanha optou por um cartaz em formato 3D, onde aparece um "manual para construir uma casa em Portugal", criticando o excesso de burocracia.

Em 15 passos, há 15 observações: "paga-se e espera-se", num contraste de cores - azul, rosa e amarela - e sinais de + e - "tem mais potencial visual" porque são do domínio universal, explica.

A CDU (PCP/PEV) utiliza há décadas o azul como fundo para os seus cartazes e este ano não é exceção, nem para os cartazes mais pequenos, com as habituais palavras: salários, pensões, paz, habitação e saúde.

Já os cartazes maiores - dois deles na rotunda de Entrecampos -, seguem as bandeiras do partido: fim da guerra na Palestina, com a bandeira da Palestina como fundo, e a defesa do Serviço Nacional de Saúde, onde se lê 'privado é negócio' em fundo azul.

"É uma aposta na agenda temática", clarifica Célia Belim.

Quem aposta também na agenda temática é o Bloco de Esquerda, que escolheu três bandeiras do partido: taxar os ricos, defender os trabalhadores por turnos e baixar as rendas. Um dos cartazes usa um plano contrapicado em que a imagem destacada são uns sapatos gigantes e, ao lado, a imagem pequena de uma pessoa a olhar para cima.

O "objetivo será mostrar o desequilíbrio social entre aqueles que têm muito e aqueles que estão mais desamparados pelo estado social", aponta a investigadora.

A imagem da porta-voz do PAN Inês Sousa Real surge num fundo verde e o partido da deputada única escolheu também a agenda temática, como a violência doméstica. Já para os cartazes maiores, no Campo Pequeno, mantém-se o habitual cartaz que diz 'touradas só na cama e com consentimento'. "Há um apontamento humorístico", acrescentou a investigadora.

Mais pequenos são os cartazes do Livre, espalhados pelos postes da cidade, que não seguem a agenda temática, nem a figura do líder, mas sim um slogan do partido: 'A alternativa é ser Livre'.

Leia Também: Sétimo dia da campanha termina mais cedo por causa do dérbi lisboeta

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