"A pressão da Iniciativa Liberal para reduzir os impostos e para reduzir despesas nas áreas sociais é tão grande que é um perigo brutal para o nosso país ficar na dependência da Iniciativa Liberal e do seu conjunto de políticas", afirmou hoje à Lusa Paulo Estêvão, numa ação de campanha em Santarém, no mercado municipal.
Segundo Paulo Estêvão, uma coligação dessa natureza ameaça diretamente áreas como as pensões, a educação ou a saúde, sobretudo num contexto de instabilidade internacional e de aumento da despesa pública com a Defesa.
O também secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades no executivo açoriano defendeu que "a pressão da Iniciativa Liberal para reduzir impostos e cortar nas despesas sociais" conduziria a um "retrocesso muito significativo" para o país, adjetivando as propostas da IL de "demagógicas" e "irrealistas".
"Peço aos portugueses que tenham atenção, um governo com a Iniciativa Liberal é um perigo para os pensionistas e para as áreas sociais, não tenho a menor dúvida", defendeu.
Durante o contacto com a população, que contou com a presença do cabeça de lista por Santarém, Américo Freitas, o secretário-geral do PPM apresentou ainda as propostas do partido para a agricultura, que incluem o reforço do crédito e dos seguros agrícolas, apoio aos jovens agricultores, manutenção da mão-de-obra estrangeira no setor e a criação de um programa nacional de regadio com financiamento partilhado entre Governo e autarquias.
"O país tem apenas 25% de autossuficiência alimentar. Isso torna-nos perigosamente dependentes do exterior, num mundo marcado por guerras, crises e instabilidade nos mercados", alertou, defendendo medidas de apoio à produção e à exportação, com atenção especial aos setores do azeite e do vinho.
Sobre a habitação, o dirigente destacou a necessidade de desbloquear imóveis públicos devolutos e disponibilizá-los para construção ou reabilitação, considerando que "há centenas de infraestruturas do Estado que estão abandonadas e podiam ser utilizadas".
Propôs ainda incentivos fiscais para fixar população no interior e combater o despovoamento.
Paulo Estêvão lamentou ainda que muitos eleitores desconheçam que o PPM já não integra a AD, e criticou o Tribunal Constitucional por ter permitido o uso da sigla por PSD e CDS, sob a forma AD -- coligação PSD/CDS.
"Isso prejudica-nos gravemente, sobretudo em Lisboa, onde os eleitores continuam a associar-nos à coligação", disse.
Leia Também: PPM quer avançar com regionalização e revogação da lei dos solos