Pela AD, Luís Montenegro recusou "fazer futurologia" ao ser questionado sobre o que fará em cenários eleitorais mais adversos para a coligação PSD/CDS-PP e visou o secretário-geral do PS, defendendo que a estabilidade de um Governo "também depende da estabilidade do seu líder".
O atual primeiro-ministro e presidente do PSD, que falava numa ação de rua em Porto de Mós, no distrito de Leiria, colocou como decisão central nestas eleições antecipadas a escolha de um primeiro-ministro capaz de "representar Portugal ao mais alto nível" e "de ser uma imagem de estabilidade, de confiança, de fiabilidade".
O chefe de Estado falou na quinta-feira aos jornalistas, no Palácio de Belém, e, disse que quer "ter a certeza de que o Governo que vai ser nomeado tem condições para arrancar o seu programa", que não seja rejeitado no parlamento, considerando que essa é "a questão fundamental" nesta matéria.
O secretário-geral do PS respondeu hoje diretamente a Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita a uma feira em Trancoso, no distrito da Guarda, afirmando que "o Presidente da República pode ficar descansado porque um Governo liderado pelo PS será um Governo de diálogo e de estabilidade".
Pedro Nuno Santos invocou a sua experiência como governante nas negociações orçamentais entre PS e BE, PCP, PEV e PAN durante o período da chamada "Geringonça". Mais tarde, na cidade da Guarda, pediu "uma vitória do PS" contra uma possível "coligação radical" entre AD e IL que "poria em causa o Estado social".
Numa loja de ovos moles em Aveiro, o presidente da IL declarou que o seu partido está disponível para "contribuir para uma solução de centro-direita, reformista e estável", em que será "rigoroso e sempre muito exigente", e apontou as legislativas de 18 de maio como "uma oportunidade única" para se conseguir isso.
Mais tarde, em Santa Maria da Feira, Rui Rocha definiu Luís Montenegro como um político que "não é liberal" e criticou as políticas de habitação do Governo PSD/CDS-PP cessante, alegando que "fizeram aumentar os preços porque aumentou a procura".
Para o presidente do Chega, "já tinha ficado claro que o Presidente da República quereria um Governo de condições e de estabilidade, e não um Governo para durar mais um ano, ou seis meses".
Durante uma arruada em Viana do Castelo, André Ventura não se comprometeu com apoios, mas lembrou que o seu partido viabilizou há um ano o Governo minoritário PSD/CDS-PP, e sustentou que "só uma vitória do Chega à direita poderá garantir essa estabilidade" que nem AD nem PS asseguram.
Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, destacou "o alerta do senhor Presidente da República", que na sua opinião "é essencial" e confirma que o importante "não é quem é que sai em primeiro" nestas eleições, mas sim "quem é que assegura condições de governabilidade".
No fim de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal, Rui Tavares argumentou que é preciso lutar para "a esquerda ter mais deputados do que a direita democrática", dividindo o parlamento em "três blocos", um dos quais, o do Chega, colocou de parte como a extrema-direita com quem ninguém quer governar.
A coordenadora do BE prosseguiu a sua agenda focada nas populações mais excluídas e visitou o Bairro do Aldoar, no Porto, onde propôs o alargamento da tarifa social da água e um mínimo garantido de eletricidade para quem tem rendimentos mais baixos, "para que ninguém tenha que viver sem luz ou a morrer de frio no inverno".
Na Amadora, no distrito de Lisboa, a campanha da CDU (PCP/PEV) contou com o antigo secretário-geral da CGTP Arménio Carlos, que, no contexto da greve da CP, afirmou que "aqueles que andavam como cordeirinhos já começaram a mostrar a sua verdadeira pele de lobos", advertindo para possíveis alterações à lei laboral e à lei da greve.
Aos jornalistas, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, manifestou-se confiante no crescimento da CDU e referiu que na segunda-feira avançará com "perspetivas mais concretas" sobre o resultado esperado.
No Porto, a porta-voz do PAN criticou o Presidente da República pelas suas palavras, que admitiu poderem ser entendidas como um apelo ao voto útil, e aconselhou-o a "remeter-se ao silêncio". Inês de Sousa Real responsabilizou PS e PSD pela instabilidade política e pediu às pessoas para "nas causas em que acreditam" em vez de nos "grandes partidos".
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