"Não entendo exatamente com o que o PS, neste momento, se importa. Parece que quer manter todas as opções em aberto e, muitas vezes, quem quer manter todas as opções em aberto acaba por não ter nenhuma opção porque não mobiliza as pessoas, isto porque, quando não se tem clareza não se mobiliza as pessoas", afirmou Rui Tavares numa visita à praia fluvial de Constância, no distrito de Santarém, onde alertou para os problemas hídricos.
Naquele que é o décimo dia de campanha eleitoral, e de visita a um distrito onde ainda nunca elegeu deputados, o dirigente do Livre assumiu ainda não ter percebido exatamente qual é que é a estratégia do PS.
E atirou: "Parece que há mais tática do que estratégia e há uma gestão do dia-a-dia de uma campanha política".
Em sua opinião, estratégia é dizer a médio e longo prazo o que se quer fazer na política portuguesa e dizer claramente às pessoas porque é que se é solução.
E o Livre desde o início que tem dito que quer uma solução governativa à esquerda para combater o "canibalismo e radicalismo" da direita, reforçou.
Contudo, Rui Tavares confessou que como eleitor de esquerda sente uma grande frustração de ver que outros partidos à esquerda deixam acontecer e continuam a jogar um jogo que é um jogo do passado.
Nomeadamente, acrescentou, um jogo de ver quem é que fica primeiro nas eleições quando aquilo que é necessário é de introduzir uma novidade na política portuguesa que leve os problemas das pessoas a sério.
"Mas, eu não vou ficar sentado à espera que a esquerda deixe de ver passar navios, porque nós ouvimos os noticiários e percebemos que, basicamente, a direita já está a dividir o espólio", condenou.
"Com que ministérios é que ficam uns e outros, quem é que privatiza a RTP, quem é que privatiza a Caixa Geral de Depósitos e, isso, enquanto chamam mexeriqueiros uns aos outros também", frisou.
Num alerta que tem sido diário, Rui Tavares insistiu que nenhuma estabilidade virá de um governo à direita, mas antes um desmantelamento do Estado Social.
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