Legislativas. Greve da CP e novo Papa marcam quinto dia de campanha

A greve da CP marcou hoje a campanha eleitoral, com críticas a declarações do primeiro-ministro sobre o direito à greve, num dia em que o fumo branco para assinalar a eleição do novo Papa apanhou Luís Montenegro em Fátima.

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Lusa
08/05/2025 19:02 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

O líder da AD estava em campanha numa loja de artigos religiosos em Fátima, Santarém, quando começou a sair fumo branco da chaminé da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para assinalar a eleição de Bento XIV como novo Papa.

 

Antes, na Figueira da Foz, onde começou o quinto dia de campanha, Luís Montenegro foi questionado sobre a greve da CP, iniciada na quarta-feira, e considerou que existiram "influências políticas, partidárias e eleitorais" que não permitiram evitar a paralisação.

"Esta é uma greve absolutamente injusta, por mais razão sindical e laboral que pudesse existir a quem está a fazer a greve, entre os efeitos da greve, o prejuízo que é causado à vida das pessoas e à vida do país. Há uma desproporção enorme e, francamente, nós um dia vamos ter de pôr cobro a isto", avisou o também primeiro-ministro, defendendo a necessidade de alterar a lei para equilibrar o direito à greve com outros.

As declarações de Luís Montenegro mereceram críticas da oposição, desde logo do secretário-geral do PS que, durante uma arruada na Covilhã, considerou a "ameaça" do chefe do Governo um "insulto à democracia" e assegurou que "não passará".

Nas intervenções ao longo do dia, Pedro Nuno Santos voltou a criticar o executivo também pelos cortes de financiamento a alguns centros de investigação e sublinhou que o investimento em ciência é decisivo para a transformação da economia.

"Não há leis intocáveis. O direito à greve, em si mesmo, é intocável", afirmou o presidente da IL, que disse tratar-se de "um direito dos trabalhadores de lutarem pelos seus objetivos", mas manifestou-se disponível para discutir alterações à legislação laboral.

O líder liberal esteve na Póvoa de Varzim e tinha previsto um passeio de barco na Póvoa de Varzim, mas foi impedido pela Polícia Marítima, e acabou por não passar da barra, e Rui Rocha aproveitou o incidente para criticar o excesso de burocracia que considerou existir em Portugal.

Ainda sobre a greve, o secretário-geral do PCP, que andou por terras alentejanas, afirmou que a sugestão de alteração à lei é "uma casca de banana" em que a CDU (PCP e PEV) não cai.

"Nós não vamos cair na casca de banana que o Governo quer pôr, para a gente comentar isto. Aquilo que é preciso que o primeiro-ministro [Luís Montenegro] faça é acabar de uma vez por todas com a grave, porque está nas mãos do Governo", disse Paulo Raimundo.

Também à esquerda, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, criticou o líder do PSD por "apenas falar de trabalho" na campanha eleitoral para admitir alterações à lei sobre o direito à greve, considerando que "revela bem o programa da direita".

Já o presidente do Chega começou o dia em Braga, onde foi recebido com um novo protesto de elementos da comunidade cigana, cerca de 20 pessoas que cuspiram e acusaram André Ventura e os elementos do partido de serem "fascistas e racistas".

De passagem pela Feira de Carcavelos, a porta-voz do PAN condenou o discurso de ódio e pediu políticas de integração para os ciganos depois de ouvir queixas de vários feirantes sobre as posições do líder do Chega contra a comunidade.

Inês de Sousa Real, que dedicou a manhã ao concelho de Cascais, comentou também a paralisação dos trabalhadores da CP, a quem pediu bom senso, considerando que a greve deveria ter sido agendada para depois das eleições, mas opôs-se a alterações à lei da greve, que considera ser proporcional.

Pelo Livre, o co-porta-voz Rui Tavares, de vista à Feira de Barcelos, falou sobre o investimento em defesa, que entende ser importante, mas não pode ser feito à custa do Estado Social, e deixou críticas à IL, que acusou de defender coisas "verdadeiramente radicais" e de ser "extremista" por querer rever a Constituição.

À margem dos temas que marcaram hoje a campanha, o quinto dia da corrida às eleições legislativas de 18 de maio ficou também marcado pela eleição de um novo Papa.

Poucos minutos das 18h00 horas locais (17h00 em Lisboa, saiu fumo branco da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, numa altura em que Luís Montenegro se encontrava em Fátima.

Fumo branco saiu hoje da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, poucos minutos depois das 18h00 locais (17h00 em Lisboa), assinalando a eleição de um novo Papa.  

Quando questionado se é um sinal para a campanha da AD, Montenegro respondeu que sim, apesar de não saber de quê.

Leia Também: BE foi o último partido a revelar banda sonora original na campanha

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