Ventura diz que "vale a pena" votar no Chega e questiona "qual é o papão"

O presidente do Chega, André Ventura, questionou hoje "qual é o papão" de votar no seu partido e pediu aos eleitores que não tenham "medo de arriscar" porque "vale a pena"

Notícia

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Lusa
11/05/2025 23:45 ‧ há 11 horas por Lusa

Política

Legislativas

"Encontro muitos que têm algum receio de que o Chega possa ganhar. [...] Qual é o receio? Qual é o medo? Qual é o papão de pensar que vai ganhar um outro partido que não PS e PSD? Não devia ser assim numa boa democracia, que mudasse, que se refrescasse, que inovasse, que não tivesse medo?", defendeu.

 

Denunciando o que considerou serem "os vícios de um país que tinha que se dividir entre PS e PSD", André Ventura disse que os portugueses "começaram a perceber que há outro [partido] que pode ganhar".

O líder do Chega discursava no encerramento de um jantar comício em Elvas, no distrito de Portalegre, concelho onde o partido teve a maior percentagem de votos nas últimas eleições legislativas (36,5%).

"Talvez tenham medo de arriscar, mas eu acho que vale a pena, porque os melhores anos da nossa história foram os anos em que arriscámos", sustentou.

"Lembram-se dos Lusíadas? O velho do Restelo dizia 'não vão', mas eles disseram 'vamos'. Eles diziam 'não vale a pena' e os nossos disseram 'vamos em frente'. Ou quando nos disseram não vale a pena defender' e nós dissemos 'vale a pena, porque este país tem futuro'. Quando nos disseram que devíamos ser espanhóis e nós dissemos 'não, nós somos portugueses e temos a nossa própria identidade'. É essa luta, é esse leão feroz, é esse espírito que eu vos prometo que vamos retomar", elencou.

André Ventura disse que, se governar Portugal, o país ficará "mesmo diferente daquele das últimas décadas" e pediu que "ninguém vá ao engano no próximo domingo".

"Eu quero ganhar, mas quero ganhar com o voto consciente de cada um, de que se ganharmos nada ficará igual", indicou.

Num discurso de quase meia hora, o presidente do Chega mostrou-se convicto de que terá um "grande resultado em Portalegre", mas não quantificou uma meta concreta, num distrito que disse ser um dos "bastiões" do partido.

André Ventura considerou que a diferença entre o líder do PSD, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, "é praticamente zero", e argumentou que o atual Governo em gestão, de PSD e CDS-PP, que tomou posse em abril do ano passado, teve tempo suficiente para aplicar medidas porque "há coisas que não precisam de tempo".

Ainda com Luís Montenegro na mira, Ventura considerou que o líder do PSD "se andou a governar nos últimos anos".

"Já que quis sempre governar-se a si próprio, podia sair do caminho e dar-nos a nós a hipótese de pela primeira vez olharmos mesmo para o país e preocuparmo-nos com quem temos à frente, com as reformas", pediu.

Ventura disse também que, se for primeiro-ministro, não nomeará "pessoas do Chega para colocar na administração pública". 

"Não contem connosco para isso. Não, não é porque não temos quadros, é porque eu estou profundamente convencido que quem tem que gerir uma unidade de saúde, quem tem que gerir uma unidade local de administração pública não tem que ter o cartão do Chega. Tem que ser competente, tem que ser sério, não pode ser corrupto e tem que ser honesto", salientou.

No final do oitavo dia de campanha, e a exatamente uma semana das eleições legislativas, o presidente do Chega voltou também ao tema da imigração para voltar a defender a introdução de quotas, e recusou que a sua posição seja "muito radical".

"O Chega nunca ameaçou, nem quis, nem o fará, ninguém por ser essa pessoa ou por ser desse grupo. Mas não podemos permitir que em Portugal haja pessoas que por serem desses mesmos grupos tenham direitos que os outros não têm", argumentou.

Leia Também: Jogar à bola com o Chega? Ventura é "extremo-direito com falta de jeito"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas