"O Chega tem uma obsessão com o Bloco de Esquerda porque sabe aquilo que significamos, sabe o que é que representamos, sabe que o Bloco representa a liberdade, sabe que o Bloco representa todo um país que luta pela democracia, que gosta da democracia", considerou Mariana Mortágua, à margem de uma iniciativa de campanha no Museu Nacional Resistência e Liberdade, localizado no Forte de Peniche, distrito de Leiria.
Acompanhada pelo cabeça-de-lista naquele distrito, o histórico fundador do BE e antigo preso político no Forte de Peniche, Fernando Rosas, Mariana Mortágua depositou hoje uma coroa de cravos vermelhos no memorial aos presos políticos que se encontra no espaço do museu, num ato simbólico.
A coordenadora bloquista voltou a justificar o regresso dos "pais" bloquistas às listas do partido para as eleições legislativas de domingo mais de uma década depois com o atual momento político.
"Fizemos uma coisa única que foi chamar a geração que fez o 25 de Abril, a geração que esteve presa aqui, que tem essa memória do que são as prisões do fascismo, do que são os 50 anos de escuridão, de tortura, mas também trazer a geração que hoje é muito jovem e que desce a Avenida da Liberdade, porque não quer deixar morrer esse sentimento de luta, de procura e porque se apercebe melhor que ninguém das novas ameaças da extrema-direita", alertou.
Mortágua salientou que "há hoje em Portugal um encontro entre gerações", de quem fez o 25 de Abril, por um lado, e os mais jovens que "veem os riscos da extrema-direita a entrar pela escola, pelos telemóveis", por outro.
A dirigente do BE, já nascida depois do 25 de Abril, afirmou que a geração mais jovem nunca esteve tão próxima dos episódios da ditadura como hoje, referindo a eleição de 50 deputados do Chega, mas nem por isso deve achar que "o futuro é mais sombrio".
"São esses jovens e essas jovens que se vão levantar e que se vão juntar às gerações que fizeram o 25 de Abril e que vão votar e que irão derrotar a extrema-direita e lutar pela liberdade e pela democracia. E o BE é isso: representa essa liberdade, representa a democracia, a extrema-direita sabe isso, o Chega sabe isso, o André Ventura sabe isso, e é por isso que tem uma obsessão tão grande connosco", insistiu.
No memorial hoje visitado pela comitiva bloquista estão gravados os nomes dos cerca de três mil presos políticos que passaram pela cadeia de Peniche.
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