Académicos consideram eleições como o tempo mais propício à desinformação

Professores universitários e académicos da área da desinformação e comunicação política, entrevistados pela agência Lusa, defendem que as campanhas eleitorais são ambientes mais propícios à circulação de desinformação, com mais investimento por parte de agentes desinformativos.

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Lusa
12/05/2025 13:23 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

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A professora da Universidade Lusófona e Nova de Lisboa Sara Pina explica que se vive uma quarta fase das campanhas eleitorais "baseada em dados das pessoas, em informações sobre os cidadãos", sendo esta uma característica do fenómeno de "americanização", em que o "nível da campanha é praticamente individualizado".

 

Neste sentido, a docente defende que "a informação falsa é também feita desta forma micro individualizada (...), feita à medida de cada pessoa".

Na mesma linha de pensamento, o professor João Pedro Batista, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, considera que a desinformação em Portugal "acaba por ser mais frequente, nomeadamente durante as campanhas eleitorais", notando neste período um maior investimento por parte dos agentes de desinformação, tendo "a corrupção como um elemento-chave por parte da desinformação".

Por sua vez, a investigadora de comunicação política da Universidade de Lisboa Susana Salgado diz que "muitas vezes é difícil distinguir entre desinformação e propaganda, especialmente em contextos eleitorais quando circulam muitos conteúdos políticos, mais do que o habitual".

A investigadora estabelece a diferença entre propaganda e desinformação, explicando que propaganda significa informação apresentada de forma tendenciosa, para passar uma imagem positiva de um partido ou candidato, enquanto a desinformação "são conteúdos falsos criados deliberadamente", sendo que, "por vezes, é complicado distinguir entre uma da outra, especialmente quando a desinformação mistura conteúdos falsos com verdadeiros para ser mais credível".

No caso português, a Susana Salgado menciona "a falta de meios dos jornalistas para desconstruir os conteúdos falsos e tendenciosos", dizendo que a verificação de factos não é suficiente e por vezes acaba por ter um efeito oposto, acabando por dar mais visibilidade a falsidades.

Já o vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, Nelson Ribeiro, considera que anteriormente era necessário ter uma grande estrutura para produzir desinformação e, consequentemente, um grande investimento para que essa desinformação pudesse circular, sendo que atualmente "o ambiente digital é muito facilitador da circulação de desinformação", nomeadamente em tempo de eleições.

Leia Também: Afluência às urnas em Lisboa ronda os 79% até ao 18h00

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