"Sim, acordo escrito é um programa do governo e o programa do governo, ao contrário do que era no tempo do PS de António Costa, não é o programa eleitoral com a capa mudada", afirmou o dirigente do Livre no final de uma visita à Associação Refúgio dos Gatos do Bairro, no Seixal, distrito de Setúbal, onde alertou para a importância do bem-estar animal.
Tendo vindo a defender desde o arranque da campanha eleitoral um entendimento à esquerda para derrubar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, Rui Tavares disse que, caso essa possibilidade se coloque, exigirá uma negociação para o programa de governo.
"Essa negociação demora o tempo que tiver que demorar, ela é setorial, vai ser uma negociação árdua, certamente, mas produtiva podendo, até, ter o contributo de peritos e de técnicos da academia que venham de áreas que nos possam ajudar do ponto de vista estatístico e da administração", sublinhou.
Daí resultará um programa do governo que os portugueses conhecerão, que a imprensa conhecerá e que todos escrutinarão durante uma legislatura inteira, disse.
"Esta é a maneira de conseguir fazer uma legislatura, ou seja, aquele compromisso que nós queremos que seja negociado entre uma base parlamentar coesa de apoio a um governo é um compromisso para quatro anos", vincou.
Depois, salientou, cada orçamento terá de ser negociado com base nesse mesmo compromisso que incluiu coisas como, por exemplo, todos os anos haver uma discussão do compromisso de equidade e investimento no primeiro semestre do ano onde se discutem os grandes itens macroeconómicos e orçamentais do país.
"Para que o excedente orçamental, que é produto do sacrifício de todos nós, não vá ser usado por cada primeiro-ministro a seu belo prazer para a campanha eleitoral como nos aconteceu durante este ano, correndo nós o risco de ficarmos sem almofada orçamental em qualquer crise económico-financeiro global que aí venha", sustentou.
Segundo Rui Tavares, isto é o que se passa em muitos países da Europa.
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