"Essa desvantagem não existe. Todos os anos o PS é largamente subestimado nas sondagens, que depois não se verifica. Já as derrotámos várias vezes e vamos derrotá-las outra vez e nós sentimos isso como? Nós sentimos isso na rua, no contacto com as pessoas", respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas durante uma visita ao Mercado do Livramento, em Setúbal, quando questionado sobre as sondagens que têm dado o PS atrás da AD.
Sobre o perfil do eleitorado que o PS vai procurar nesta reta final de campanha, o líder socialista defendeu que o seu partido é "de todos os portugueses", das famílias, dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens, das mulheres, e por isso considerou que deve "falar para todos".
"Mesmo muita gente votou na AD e que hoje está envergonhada. Porque obviamente que um cidadão português não gosta de ter um primeiro-ministro que mistura política com negócios", apelou, pretendendo "que esse eleitorado sinta que pode confiar no PS".
Pedro Nuno Santos dirigiu-se ainda "ao eleitorado que tem confiado no partido populista de extrema-direita em Portugal, o Chega".
"E porquê? Porque há pessoas que estão zangadas, sentem que as suas vidas estão a marcar passo, não atam nem desatam e estão zangadas. Só que o Chega não tem a solução para os seus problemas", alegou.
O líder do PS não esqueceu "o eleitorado mais à esquerda do PS" e apelou: "pode olhar para o PS como uma força progressista, de avanço, de defesa do Estado social".
"E era importante que, em muitos círculos onde eles [partidos à esquerda do PS] não vão conseguir eleger deputados, que pudessem, através do PS, dar o contributo para derrotarmos a AD e termos um governo progressista", disse, insistindo na necessidade de concentração de votos no PS.
Pedro Nuno Santos, que na véspera já tinha desejado que o líder do Chega recuperasse rápido da sua indisposição que o levou ao hospital durante um comício, voltou hoje a ser questionado sobre essa situação pelos jornalistas.
"Quanto ao meu adversário, tive a oportunidade ontem de vos dizer que desejava recuperação rápida, pelos vistos a recuperação foi rápida e isso é bom para todos e para ele", reiterou.
Questionado sobre o porquê de as sondagens serem tão diferentes da realidade que apresenta, o socialista respondeu que "é sempre assim".
"É assim este ano, foi assim o ano passado, nós tínhamos uma sondagem da CESOP, três dias antes, a dar-nos seis pontos atrás, tínhamos a tracking polls da CNN e da TVI a dar-nos nove pontos atrás e ficámos a 0,8%", apontou, recordando ainda o que aconteceu no ano da maioria absoluta de António Costa.
Pedro Nuno Santos manteve a linha de que o PS "vai ganhar estas eleições".
"As pessoas perderam a confiança no ainda primeiro-ministro. Revelou que não é sério, que não tem uma relação transparente com a vida política e sobretudo liderou - e aqui ainda mais importante para as nossas vidas - um Governo que foi incompetente", acusou.
Para o líder do PS, "não existem razões de fundo para que a AD mereça ter a confiança renovada".
"Se somarmos a isto, a aliança com a IL, temos uma mistura de cultura explosiva para o nosso Estado Social, para o nosso Serviço Nacional de Saúde, para a nossa escola pública e, por isso, nós estamos muito confiantes que o povo português não quer a continuação deste Governo e que vamos ter uma mudança segura nas próximas eleições", enfatizou.
Pedro Nuno Santos sente que "Luís Montenegro está mais distante dos portugueses e os portugueses estão mais distantes dele".
"E sinto o contrário em relação a mim, sinto que os portugueses são mais próximos do Partido Socialista, mais próximos da nossa candidatura", contrapôs.
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