O último plano estratégico do grupo, que costuma ser apresentado de dois em dois anos, contemplava o triénio de 2023 a 2026, e foi divulgado em 02 março de 2023, em Londres. Entretanto, no ano passado, a EDP reviu em baixa do seu plano estratégico até 2026, com menos capacidade nova instalada e investimentos mais moderados.
"A partir de 2027, como sabem, estamos a trabalhar no plano de negócios, e esperamos realizar o Capital Markets Day em novembro", disse hoje o gestor durante a conferência telefónica com analistas no âmbito da apresentação dos resultados do primeiro trimestre da EDP Renováveis.
Apesar de não adiantar pormenores, remetendo para essa data mais detalhes sobre as novas metas até ao final da década, Miguel Stilwell d'Andrade garantiu que as renováveis vão continuar a ser uma peça central do plano estratégico.
"Penso que se pode esperar que as energias renováveis continuem a crescer de forma rentável nas várias regiões onde estamos presentes", acrescentou.
Com a operação nos Estados Unidos a pesar um pouco mais de 50% da capacidade instalada de energia renovável no grupo, a expectativa em torno das metas e planos para este mercado tem crescido.
Em causa estão as políticas restritivas às energias renováveis anunciadas por Donald Trump. Entre as diversas ordens executivas implementadas desde que o presidente dos Estados Unidos tomou posse, assinou uma que terá impacto direto no investimento em projetos eólicos em terra ('onshore') e no mar ('offshore'), uma vez que irá dificultar o acesso a terrenos para desenvolver novas centrais para produção de energia através do vento.
Hoje, na conferência com analistas, Miguel Stilwell d'Andrade assegurou que vão continuar a investir nos EUA, um mercado que continua a ter oportunidades de crescimento, defendeu.
Segundo o presidente executivo da EDP, o impacto nas contas da empresa nas tarifas impostas por Donald Trump que abrangem, por exemplo, a importação de painéis solares, será "limitado".
"Estamos a falar de menos de 25 milhões de dólares (22,2 milhões de euros), cerca de 1% do CAPEX [investimento] para estes projetos. A maior parte do equipamento já se encontra nos EUA ou não está sujeito a direitos aduaneiros", detalhou o gestor.
A EDP Renováveis teve lucros de 52 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, menos 24% do que nos mesmos meses de 2024, revelou hoje a empresa.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) cresceu 5%, para 476 milhões de euros.
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