"É uma questão de tempo esse objetivo, o caminho está a ser feito", frisou Rui Tavares no final de uma visita ao Instituto Politécnico de Setúbal, círculo eleitoral onde nas últimas eleições legislativas conseguiu o seu primeiro deputado, Paulo Muacho.
Em declarações aos jornalistas, e naquele que é o sexto dia de campanha eleitoral, o dirigente do Livre revelou que está já, nestas eleições, a batalhar para que isso aconteça.
"Mas, o que é essencial é ter o Livre posicionado de tal forma a que quando os portugueses decidirem inverter o ciclo político, quando perceberem que esta direita está muito radicalizada e que é bom votar num sentido mais progressista e mais ecologista para preservar os nossos direitos que o Livre esteja nesta posição de charneira", referiu.
Rui Tavares voltou a insistir na ideia de que a IL é o partido do "motosserismo" porque o que pretende é "cortar cegamente os direitos" das pessoas.
O dirigente do Livre, que diariamente tem criticado a IL, ressalvou que o partido liderado por Rui Rocha não gosta dos direitos, mas os direitos "fazem falta e dão muito jeito".
E advertiu o eleitorado: "Não vão atrás de uma direita que está a radicalizar-se e que, depois, vai extremar o nosso sistema de uma maneira em que as pessoas comuns vão ser prejudicadas por falta de direitos".
Motivo pelo qual, Rui Tavares salientou que é fundamental ir buscar deputados da direita para a esquerda para reequilibrar o sistema político.
Direita essa, acrescentou, que já "fala de papo cheio" como se a "vitória já estivesse no papo" quando ainda faltam nove dias para as eleições de 18 de maio.
"Já começa [direita] a dizer o que é que desfará no dia a seguir a chegar ao poder", alertou.
Dizendo que a estratégia da esquerda deve passar por ir recuperar votos que já foram de esquerda e passaram para a direita, Rui Tavares condenou o apelo ao voto útil do líder do PS, Pedro Nuno Santos.
O apelo ao voto útil "já cansou um bocadinho" e não foi útil nesta campanha eleitoral, considerou.
Em sua opinião, a esquerda ainda tem a possibilidade de mobilizar as pessoas ao mostrar que há uma alternativa de governação progressista.
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